"O riso é próprio do homem"
JL: Muitas vezes, diz-se que o humor é eminentemente oral. Concorda?
Isabel Ermida: Nem sempre o humor oral é mais fácil do que o escrito, uma vez que depende crucialmente do ritmo, da formulação exacta e, não esqueçamos, da ocasião! Dizer anedotas num funeral ou arriscar uma piada homofóbica numa reunião da ILGA não é muito promissor. Se é verdade que no humor oral a linguagem corporal ajuda muito quem a domina, ela pode também funcionar como um entrave aos menos dotados: quantas vezes uma piada não perde a graça quando contada por alguém "sem jeito"? Em contrapartida, no humor escrito a linguagem verbal basta-se a si própria, mas isso não é forçosamente um obstáculo ao sucesso: veja-se a popularidade imensa das anedotas on-line ou, já agora, das crónicas do Ricardo Araújo Pereira ou do José Diogo Quintela. No caso destes últimos, parte do truque reside no talento de imprimir um ritmo coloquial à escrita, combinando elementos constantes de surpresa que não deixam o ritmo cómico esmorecer.
JL: Muitas vezes, diz-se que o humor é eminentemente oral. Concorda?
Isabel Ermida: Nem sempre o humor oral é mais fácil do que o escrito, uma vez que depende crucialmente do ritmo, da formulação exacta e, não esqueçamos, da ocasião! Dizer anedotas num funeral ou arriscar uma piada homofóbica numa reunião da ILGA não é muito promissor. Se é verdade que no humor oral a linguagem corporal ajuda muito quem a domina, ela pode também funcionar como um entrave aos menos dotados: quantas vezes uma piada não perde a graça quando contada por alguém "sem jeito"? Em contrapartida, no humor escrito a linguagem verbal basta-se a si própria, mas isso não é forçosamente um obstáculo ao sucesso: veja-se a popularidade imensa das anedotas on-line ou, já agora, das crónicas do Ricardo Araújo Pereira ou do José Diogo Quintela. No caso destes últimos, parte do truque reside no talento de imprimir um ritmo coloquial à escrita, combinando elementos constantes de surpresa que não deixam o ritmo cómico esmorecer.
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