quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Encontros imediatos no metro

Hoje a caminho da escola tive um grande problema ‘técnico’. O metro de Almada avariou, ficando eu assim uns bons 30 minutos dentro do metro e sem possível fuga. Mas agora que penso até é triste, o facto de os 30 minutos do metro terem sido o momento mais engraçado do meu dia. (sorry aula de humor). Mas tudo começou de forma bastante engraçada, sentei-me no meu banco usual, em que não leva bem com o vento que entra pelas portas automáticas mas que não fica no centro do metro e assim não tenho que levar com muitos passageiros pelo meio. Assim que me sentei reparei no facto de as minhas mãos cheirarem a pasta de dentes, visto que no espirito sonolento de hoje de manha consegui confundir o gel das mãos com a pasta de dentes e mesmo depois de ter visto o que fiz, ainda espalhei a pasta pelas mãos. Não foi bonito de se ver. Com isso na mente, lá estava eu sentado no banco do metro a cheirar as minhas mãos. Péssima combinação. Mas não vamos mais falar de mim. Mas sim dos meus caros colegas de transporte.
Então o 1º Round foi ver duas velhotas a correrem para os bancos do meio, que são bastante maiores e superiores dos restantes. “Aqui sinto-me no céu” disse a velhota número dois para a número um.
Divertido de ver.
2º Round começou com um típico mitra tuga, chapéu para o lado, brinco na orelha e um chupa chupa na boca. Ele falava ao telemóvel, com uma voz alta, sobre a ida á discoteca no sábado á noite. A conversa foi muito triste mas existiram frases de pura sabedoria como “Uma beibe quando está naquele estado só há uma coisa a fazer, atacar!” ou ainda uma sábia dica de amigo “ela era duvidosa e á borla, o que se quer mais?!”.
3º Round não foi menos promissor que o anterior, tinha como premissa um brasileiro e uma avaria técnica. É óbvio que todos sabemos que no brasil não existem avarias nos meios de transportes e o Brasileiro fez bem questão de referir isso várias vezes enquanto falava também em voz alta na conversa que estava a ter com o amigo ao telemóvel. “Que porra de cidade é esta, tudo avaria memo!” (O sotaque é aconselhado) Ao qual se ouviu de alguém bem perto, mas agora num tom tuga, “Porque é que não voltas pra lá, até parece que foste convidado”. Eu ainda estou admirado de não ter surgido uma cena de pancadaria ali mesmo.
4º Round, para mim foi como que um culminar de toda a sabedoria e experiência ali obtida. Uma conversa entre dois importantes membros da sociedade, um chunga e um mitra, é assim eu sobre o mitra não tenho duvidas agora o chunga é que pronto, é duvidoso declarar a sua raça. Mas a conversa foi bastante engraçada e até sábia. O mitra dizia que o vizinho lhe tinha arranjado um trabalho do “sbem!” Ele só tinha que acordar ás 8 e tal e ia cortar a relva do parque. 70 contos. O mitra continua a história, “Epa eu virei po cota e dei-lhe a dica, pra que isso se posso acordar ao meio-dia e receber 80 contos no final do mês”. O chunga amigo disse “Ya boy, o boy é esperto!”

A sorte disto tudo é que eu tinha o meu caderno comigo e subtilmente gravei tudo isto em texto. Só de pensar que quase deixava escapar todo este potencial por explorar, desta comunidade em crescimento. A comédia está em todo o lado.

Vitor Neves

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